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Quantas vezes os cavalos foram domesticados?

Os cavalos têm sido utilizados pelos seres humanos durante os últimos 5 mil anos. Hoje é difícil saber quando e onde os nossos antepassados domesticaram cavalos pela primeira vez.
Um grupo de investigadores suecos descobriu que a domesticação dos cavalos foi iniciada simultaneamente em vários lugares do Mundo de forma independente.
Chegaram a esta conclusão ao analisar DNA de diferentes raças de cavalos domésticos, cavalos selvagens e fosseis de cavalos que viveram há mais de 5000 anos (antes da domesticação).
Até agora, pensava-se que provavelmente os cavalos tivessem sido domesticados pela primeira vez há cerca de 5000 anos onde hoje fica a Ucrânia, Cazaquistão e Mongólia.
Em seguida os cavalos domésticos teriam sido progressivamente exportados para regiões vizinhas, até terem a distribuição dos dias de hoje.
Se esta hipótese estivesse correta, o DNA das diferentes raças modernas seria mais semelhante entre si, do que quando comparado com cavalos selvagens ou fósseis de cavalos antigos. Isto porque corresponderia a uma única “família”. Mais ainda, as diferenças entre as raças atuais de cavalos deveriam convergir para um DNA comum há cerca de 5000 anos.
Com efeito, isto é o que acontece com os porcos: parece que todos os porcos atuais descendem de um pequeno grupo domesticado há cerca de 10.000 anos.
Para surpresa dos cientistas, as diferenças de DNA entre as raças de cavalos atuais são semelhantes às diferenças encontradas entre estes e cavalos selvagens.
São até equivalentes às diferenças entre diversos fósseis de cavalos de uma época anterior à domesticação. Assim, a única conclusão possível é que os cavalos atuais não resultaram de um pequeno grupo domesticado há cerca de 5000 anos. Provavelmente, diferentes núcleos humanos domesticaram cavalos em diferentes regiões.
Isso pode colocar em dúvida a teoria de que os cavalos na América vieram apenas na época dos colonizadores. Na verdade no continente já haviam cavalos nativos há milhares de anos antes.
Os cavalos atuais resultaram destes diferentes núcleos. É fascinante observar como hoje em dia a arqueologia pode se beneficiar de avanços em biologia e como os avanços no conhecimento da genética ajudam a validar ou não teses de arqueólogos.
Você pode saber mais sobre esse tema no livro Psicologia do Cavalo volume 1. De Mauricio Hontang.

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