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Voce precisa tentar aprender a sentir o que ele sente, e falar com sua alma (essência).
Com o aumento das ações de marketing em torno do tema do “Horsemanship” (relacionamento entre Homem e Cavalo do ponto de vista do Cavalo), com a exposição de recém chegados a esta atividade que tornam-se produtos de mídia –despejando recursos financeiros de sobra, ao mesmo tempo que não trazem experiencia e conteúdo, é necessário recorrer aos classicos para colocar os pingos nos is.
Um exemplo recente foi um programa na TV em um domingo, no qual leigos ficaram impressionados, enquanto outros com um minimo de experiência sabem que um cavalo chucro nunca antes cabresteado não sai da baia cabisbaixo e absolutamente calmo à mão do condutor.
Essas aparentes vantagens que o personagem exposto parece estar ganhando, terminam quando se lhe propõe um desafio real, por exemplo, o de reabilitar um cavalo traumatizado.
Há os que frequentam uma clínica no exterior e adquirem um cabresto magico e vem se propor a trabalhar jovens potros chucros, que se debatem, manoteiam, boleiam, se jogam e saem traumatizados dessa experiencia.
O que falta?
A questão da escolarização de potros a partir da compreensão da sua natureza, da sua linguagem e do reconhecimento de seu direito de auto-proteção, não se resume a técnicas. Não se resume a um tipo de exibição, (show horse), e não pode se dar em cima da motivação da vaidade pessoal. Nada disso serve.
O cavalo nos oferece inumeras oportunidades de crescimento pessoal, de aprendizado e de melhorarmos como seres humanos, nos mostra varios aspectos da nossa vida que precisamos melhorar, ajustar, mudar.
Por exemplo, pessoas aceleradas, adrenalizadas, com dominancia à flor da pele, aprendem a melhorar, se acalmam, podem aprender a respeitar pontos de vista, tempos de resposta mais lentos que os seus, ao passo que pessoas mais passivas, menos assertivas, que tudo aceitam em nome de não polemizar, aprendem, porque que o cavalo assim exige, a tomarem decisões mais claras, mais rapidas e a comunicar-se melhor. Todos aprendem a melhorar a expressão de suas emoções e sentimentos, jovens e adultos com dificuldade pessoais adquirem auto-confiança, todos esses ganhos são presentes que o Cavalo nos dá. Mas para recebe-los, deve-se descer do pedestal do egocentrismo, da vaidade, de uma falsa superioridade escorada em “papéis representados”, é necessario humildade para chegar ao cavalo de igual para igual, abertura para aprender com eles, paz de espirito para falar ao coração do cavalo, ao seu Espírito.
Uma diferença importante entre os que se apresentam para aprender com o Cavalo, é a sua disposição, ainda que em graus diferentes, para viver para o Cavalo, e não apenas viver do Cavalo.
Um dado importante nessa caminhada, é que a chamada “doma gentil” ou natural, favorece o aparecimento de pessoas do bem, que confundem seu papel de liderar o cavalo, sendo um líder alfa cujas atitudes fazem sentido para o cavalo e acabam por fazer o papel da mãe que mima demais o “seu bebê”, esquecendo que se trata de um ser com mais de 400 kg, cheio de vigor e que toma suas próprias decisões.
Ficam confusas pelo discurso dos “horsemarketeiros” que levam as pessoas a quererem copiar o tal “encantador” que apresenta o trabalho com cavalos em uma versão falsa, do tipo “disneylandiana”, que leva essas pessoas bem intencionadas a falar com o Cavalo em linguagem “tatibitati”.
Como ensina Buck Brannaman, Mas você não pode simplesmente sentir pena de um cavalo e renunciar a seu papel como um líder e um professor. Você só não pode mimá-los.
Eu alerto que na natureza, ou quando criados a campo, os cavalos ao comunicarem-se entre si, na sua linguagem chegam a dar relinchos de alerta, murcham orelhas, e mandam os pés naqueles que colocam sua segurança em risco, nos que criam turbulencia no ambiente, uma briga entre eles, demora menos de um minuto, mas é clara o bastante para dar um ponto final. Isso não é violencia, maldade ou agressão. È um toque, proporcional ao seu tamanho, do tipo “pare com isso agora, firmes e claros e podem ser acompanhados de uma palmada corretiva” entre eles. Quando colocam nossa segurança em risco com empinadas, manotaços, coices,como um líder alfa precisamos dar um basta, na linguagem deles, do tipo “Ei, Pare! Voce nao precisa fazer isso quando estamos juntos!”
Os horsemarketeiros não mostram isso, porque não lidam com a vida real e querem vender uma imagem artificial, superior. Mas isso ocorre, porque eles selecionam um dia antes os cavalos que poderão utilizar nas suas exibições, e o fazem com todo um staff que coloca a mão na massa, e dizem, às vezes erradamente, esse serve, essa não, e assim por diante. Pegam os mais tranquilos, fazem seu discurso e levam as pessoas da vida real a irem emocionadas para casa e essas mesmas ao se depararem com seus cavalos em casa, tomam tombos, coices, e não sabem como obter a mesma resposta. Os marketeiros, então recebem cartas e respondem, … – ah isso não pode ser para todos fazerem e assim se auto-valorizam.
Nos nossos cursos, os inscritos praticam com inumeros cavalos diferentes, em idades diferentes, aprendem a essencia da comunicação na linguagem dos cavalos, aprendem a usar o feel, time and balance, são sensibilizados a aprender a sentir como e o que o cavalo sente e desse modo interagem melhor com seus próprios cavalos.
Então, como propus beber na fonte dos verdadeiros horsemen, para sair desse modismo superficial, encontrei trechos de entrevistas de um verdadeiro encantador de cavalos, que dedica toda a sua vida a eles, a melhorar a vida dos cavalos, a protege-los de nossos equivocos. Trata-se de Buck Brannaman, um dos maiores mestres, vivos, ex parceiro de jornadas dos grandes como Ray Hunt, Tom e Bill Dorrance.

“Para muitas pessoas lidar com cavalos é uma jornada sobre auto-descoberta, encontrar coisas que você precisa para ajustar, alterar ou melhorar.
Quando você achar que o cavalo é compelido e interessado em você, algo em você muda. Isso pode ser a cura ou movê-lo profundamente.
Há uma diferença entre dominar algo físico e trabalhar com um animal. Há um componente espiritual para trabalhar com um cavalo. Você está lidando com o espírito de um animal vivo que pensa e toma decisões.
Na natureza este animal não teria nada a ver com você. Portanto a expressão “Natural horsemanship” é apenas palavras. Não é de todo natural nosso trabalho com eles.

Há uma abundância de confiança que deve ser desenvolvida em você.
Imagine se os seres humanos fossem tão maleáveis e dispostos a realizar essas mudanças para atingir objetivos comuns?”-Buck Brannaman.
Em uma outra entrevista dada ao San Diego Horse Wishperer, ele nos brindou com isso: “Tenho uma empatia para cavalos que são problemáticos e com medo. Algumas pessoas ficam com raiva de seus cavalos, mas eu sei o que eles [os cavalos] estão sentindo.
Mas você não pode simplesmente sentir pena de um cavalo e renunciar a seu papel como um líder e um professor.
Você só não pode mimá-los.
Às vezes é o que as pessoas fazem com as crianças que vêm de um lugar muito escuro. Ao invés de dar-lhes sentido e algo para fazer, eles se sentem muito enervados com o garoto e lhes dão um passe livre. Isso é tão destrutivo como o outro. Não há nenhuma orientação nessa atitude. A criança não aprende nada..”- citação do Buck Brannaman.
“É a mesma coisa com as crianças; você já deve ter visto algumas dessas pessoas com seus filhos, em vez de ser um pouco mais engajados e ver quando as coisas estão indo na direção errada e redireciona-los, esperam até que eles façam algo errado.
Então eles querem bater neles, ou chicoteá-los por algo que já aconteceu e as pessoas ainda fazem isso com os cavalos também. Eu vou fazer isso o resto da minha vida, tentar convencer as pessoas que esse não é o caminho a percorrer para melhorar as coisas.”- Buck Brannaman.

Eu convido todos a refletir sobre isso, a saber separar o que leêm, (inclusive aqui), o que ouvem e a classificar, não como expectadores, mas como protagonistas na relação com seus cavalos, e a escolher aquilo que faz sentido para você.

  1. Avatar

    Parabéns pela meteria e as referencias a:
    Buck Brannaman
    Ray Hunt
    Ton Dorance e
    Bil Dorance

    1. ranchosaomiguel

      Gratidão pela visita ao site , pela leitura e pela mensagem. Sim, não se pode falar em Horsemanship sem recorrer aos mestres citados que são uma referência e uma inspiração

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