A relação entre Homem e Cavalo alcançou novos patamares a partir da ação de verdadeiros cowboys, do século XX, capazes de tocar a alma do Cavalo, mais focados em construir um ambiente de confiança, duradouro e focado no resultado do trabalho e menos dedicado ao espetáculo de marketing e aos aplausos para showmens que reduzem o cavalo à condição do espetáculo circense, sem relação com a boa ou a Alta Equitação.
Dentre estes mestres situamos os irmãos Tom e Bill Dorrance, que lidaram com cavalos toda sua vida, dos 5 aos 80 anos, a Ray Hunt que começou como discipulo deles e à Buck Brannaman entre outros, como o nosso Borba. Aqui, tomei a liberdade entre um pensamento e outro de inserir uma nota explicativa, fruto das nossas observações do dia-a-dia, mais como complemento e esclarecimento do que como pretensão pessoal.
Vale a pena ler, pensar, refletir, comparar com sua prática ao lado dos cavalos e tentar captar as mensagens essenciais que estão entre as linhas do pensamento destes Mestres.
Existe o verdadeiro horsemanship antes e depois deles, muitos dos nomes em evidência hoje, chegaram mesmo a ser alunos dos Mestres, mas que hoje tem se entregue à pressão da grande mídia, especializando-se em uma habilidade, valorizando um “reconhecimento pessoal” que a TV ou as revistas oferecem, enquanto Eles, e nisso eu concordo, buscavam muito mais a resposta certa dos mais de 10 mil potros que eles iniciaram, u a recuperação de um Cavalo traumatizado, como o trabalho de Buck que verdadeiramente inspirou o livro e o filme “O Encantador de Cavalos”. A reprodução do ensinamento generoso dos grandes mestres do Horsemanship, é um tributo ao que eles fizeram pelo Cavalo, lamentando ao mesmo tempo o quanto é triste a falta de referencia histórica das TVs, dos programas que hoje fazem um verdadeiro “auê” em torno de pessoas que vivem sim do Cavalo, mas não para o Cavalo. Vamos lá, boa leitura e reflexão.
“ A sensibilidade nos dá o tempo e o tempo nos dá o Equilíbrio” Ray Hunt
“Não é o cavaleiro que tem um cavalo com problema, mas o Cavalo que tem um cavaleiro com problema” Mary Tweelveponies
“Temos que aprender a sentir o que ele sente” Ray Hunt
“Pensar, sentir e reagir como o Cavalo, é muito mais do que olhar racionalmente com seu ponto de vista. O sentir o que o Cavalo sente quer dizer, colocar-se de fato e por inteiro no lugar do cavalo”. José Luiz Jorge (RSM)
“Quando um Cavalo não compreende o que esperamos dele, isso ocorre por três razões:
a) ou está confuso e não compreendeu o pedido,
b) não teve o tempo de resposta respeitado
c) não lhe foi ensinado antes.
Quando uma dessas três coisas acontece você vê isso refletido na sua expressão e na aparência do seu corpo pedindo ajuda”. Eduardo Borba (DOMA)
“Responsabilidade Mútua é fundamental para a verdadeira integração Homem-Cavalo. Você pede o Cavalo responde, Você alivia. É assim que ele aprende. Na verdade o que ensina é o alívio da pressão. Essa a linguagem natural deles”. Eduardo Borba (DOMA)
“Seu Cavalo não será cuidadoso e preciso se você não for cuidadoso e preciso”. Ray Hunt
“ Aprenda a pensar do ponto de vista do Cavalo, para poder compreender sua linguagem. Nunca perca o controle de si mesmo”. Ray Hunt
“ Quando o processo é o aprendizado, e não um processo que causa apreensão e desconfiança, onde o medo seja a tônica, os resultados não demoram a aparecer”. Tom Dorrance
“ O cavalo primeiro tem de desenvolver a confiança no ambiente, depois, nele mesmo e só depois no seu cavaleiro”. Tom Dorrance
“O cavalo é espelho do cavaleiro”. Dito popular
“ Aquilo que você não tolera ver no comportamento do seu Cavalo é o que você não gosta em si mesmo”. Mude e ele muda. No trabalho com potros e cavalos não existe pressa e nem respostas instantâneas” José Luiz Jorge (RSM)
“ Muitas vezes, ir devagar é o jeito mais rápido de se chegar lá”. Tom Dorrance
“Não tenha medo de expor seu Cavalo a coisas que ele nunca viu antes, mas …. tome cuidado para não sobrecarrega-lo. Nunca porém, o exponha a situações nas quais ele pode perder a confiança que acabou de adquirir” Tom Dorrance
“ Faça com que as coisas erradas fiquem difíceis e as certas, fáceis”. Ray Hunt
“Não se esqueça que existe um propósito e um significado atrás de cada coisa que você pede para seu cavalo fazer”. Ray Hunt
“ Todas as solicitações, além de claras e no tempo correto, devem ter sentido na mente do Cavalo, lembre-se de que ele é seu parceiro de trabalho e deve ser respeitado assim, e não um escravo a fazer até mesmo coisas sem sentido, só porque você mandou”. José Luiz Jorge (RSM)
“ Se você quer ensinar algo ao seu Cavalo e ter um relacionamento com ele, você não FAZ ele aprender, você PERMITE que ele aprenda, você é o responsável para criar situações onde ele possa aprender”. Ray Hunt
“ Se você controla seus pés, você controla a mente do seu cavalo”. Ray Hunt
“ Observe, relembre, compare”. Ray Hunt
“ Existe diferença entre ser firme e áspero. Você pode ser firme, mas não seja áspero”. Ray Hunt
“ A pior coisa, dentre vários comportamentos inadequados ao cavaleiro, é agredir o Cavalo. Isso só confirmará seus medos e a certeza de que aquele treinador não merece a confiança dele, o resultado é que essa pessoa não irá liderá-lo. A resposta por medo e submissão não é duradoura e nem se sustenta diante de outras pessoas que não o aterrorizarão, como o mau treinador fazia”. José Luiz Jorge (RSM)
“ Ninguém, em nenhuma situação, tem o direito de dizer, faça isso ou …..” Monty Roberts (Violência não é a resposta)
“ Admire seu Cavalo pelas coisas boas que ele faz. Ignore as erradas. Você logo vai perceber que as boas ficam cada vez melhor e as ruins, cada vez menores” Ray Hunt
“Monte a Cavalo com o corpo todo e a mente integrada, e não apenas com mãos e pernas” Ray Hunt
“Experimente dar a direção ao Cavalo, tanto no trabalho de chão, como no trabalho montado, com seu olhar. Para onde você olhar, você dará a direção, ele capta essa integração mente-corpo com muita sutileza e suas pernas apenas ajudarão suavemente a confirmar a sua escolha”. José Luiz Jorge (RSM)
“ O Cavaleiro deve estar sempre vivo e alerta, sem estar tenso e endurecido”. Ray Hunt
“ Diga sempre ao seu Cavalo: Você vai conseguir fazer isso, prepare-o antes de solicitar, isso é muito melhor do que dizer – você tem que fazer”. Ray Hunt
“ Perceba a menor mudança, a menor tentativa do seu cavalo na direção do que você está solicitando e reforce-o positivamente”. Ray Hunt
“ São as pequenas coisas, os detalhes que fazem a diferença. Quando ocorrer qualquer coisa fora do esperado, volte mentalmente a fita e lembre do que aconteceu imediatamente antes daquele acontecimento indesejado”. Ray Hunt
“ Algumas vezes, quando termino um trabalho e o Cavalo está mais quente e suado do que o normal, gosto de ficar com ele, ajudando-o a compreender que tudo aquilo é um assunto que vamos ter de conviver, e gosto de deixar ele explorar um pouco mais o que ocorreu”. Tom Dorrance
“Existem muitas coisas que, acidentalmente, podem acontecer ao seu cavalo mas, se ele for dócil e confiar em você como amigo, ele vai permitir que você o ajude a sair daquela encrenca, em vez de perceber você como a causa daquela encrenca”. Buck Brannaman