Cavalos lembram para sempre de seus amigos treinadores

** por José Luiz Jorge
Os cavalos não apenas se recordam das pessoas que os trataram bem, eles também entendem as palavras melhor do que imaginamos, como foi demonstrado em uma pesquisa na Universidade de Rennes na região da Bretanha- França.
Um estudo da Universidade de Rennes, na França, mostrou que os cavalos podem ser mais leais até que nossos amigos de longa data – desde que bem tratados, é claro.
A pesquisa analisou o comportamento de 20 cavalos anglo-árabes e três franceses em um estábulo em Chamberet, também na França. Os cientistas testaram o quão bem os cavalos se lembravam de um treinador do sexo feminino e das instruções que ela havia dado aos cavalos depois de oito meses longe dos animais.
Eles confirmaram que o animal possui uma excelente memória e que, além de recordar dos “amigos” humanos mesmo depois de longos períodos distantes, também se lembra de informações complexas (como uma estratégia que aprendeu para resolver algum problema) por dez anos ou mais. O resultado mostrou que os cavalos são leais, inteligentes e têm memórias de longa duração. Mas, cuidado: essas lembranças valem para as boas e más experiências.
E aqui um parênteses no estudo. O “imprinting*” feito com potros na primeira hora de vida, baseia-se justamente nesta qualidade que os cavalos trazem consigo desde o nascimento.

A união com os seres humanos é uma extensão do comportamento do cavalo ainda selvagem, uma vez que os cavalos valoram seus próprios parentes e amigos, e por sua natureza está também aberto aos novos e não-predadores conhecidos.
Os “cavalos mantém uniões de longo tempo com vários membros de seu grupo de família, porém também trabalham reciprocamente e de modo temporário com os membros de outros grupos ao formar as manadas,” explica o pesquisador Sankey, que conduziu a investigação. As “relações sociais dos Eqüídeos são duradouras, em alguns casos, por toda a vida,” acrescenta ele.

O Etologista Sankey da Universidade de Rennes e seus colegas estudaram 20 Anglo-Árabes y três cavalos da raça Sela Francesa de Saddlebred Stabled en Chamberet, França. Eles comprovaram como os cavalos recordaram bem de uma treinadora e de suas instruções depois de uma separação de oito meses.

O programa de treinamento para os cavalos consistiu de 41 passos associados a preparação básica e a intervenções de primeiros socorros. Por exemplo, os cavalos tiveram que permanecer imóveis em resposta a um comando verbal para ficar.
Os cavalos também tiveram que levantar seus pés, toleraram um termômetro inserido no reto.
Enquanto o cavalo fez menção de atender o que foi solicitado, o treinador o recompensou com afagos e em alguns casos com pequenas porções de melaço. Com as recompensas saborosas, os cavalos “exibiram mais comportamentos “positivos”, e dirigindo-se aos pesquisadores mastigaram com a boca vazia. Os cavalos fazem isto como mostra da afiliação amadrinhamento) com alguém que não os ameace, ou com quem eles identifiquem como amigo.

Com pesquisadores científicos agregados, que substituíram seus amigos, os “cavalos treinaram sem o reforço e expressaram entre quatro a seis comportamentos “negativos”, tais como morder, escoicear e se jogar ao solo para tentar derrubar o pesquisador.”
Depois dos oito meses da separação, os cavalos treinaram com as recompensas positivas e com o mesmo pesquisador antes rejeitado eles passaram a aceitar as novas pessoas melhor, indicando que eles desenvolveram uma “memória positiva com seres humanos” em geral.
“De nossos resultados apreendemos que os cavalos não são diferentes dos seres humanos em termos de respostas a estímulos e reforço positivo”.
“Se comportam, aprendem e memorizam melhor quando o aprendizados for associado a uma situação positiva, criativa, desafiadora não entediante e acima de tudo não agressiva.”
Enquanto que o senso comum das pessoas mostra que se treinam os cachorros desta maneira, também usando comandos verbais, Dr. Sankey e sua equipe estabelecem “baseiam a maioria do treinamento montado dos Cavalos em sensações táteis, já que a sensibilidade fina deles é maior e respondem a uma simples pressão da panturrilha, ou um roçar do calcanhar dos cavaleiros, viram a uma simples flexão de ombros de quem está em cima ou a uma mudança do peso na sela.”
Os “cavalos comprovadamente podem aprender e memorizar palavras humanas” e podem ouvir nossa voz melhor do que os cachorros, devido a um espectro maior da sua audição, os científicos predizem que os treinadores podem ter maiores êxitos se incorporarem mais comandos vocais em seu método de abordagem e treinamento, o que nosso caipira chama de uma “criação mais conversada”.
Os cavalos nunca se esquecem dos amigos humanos que os trataram bem, eles também entendem palavras melhor do que o esperado, como demonstraram as pesquisas.
Jill Starr é presidente e fundadora da ONG dedicada ao resgate e salvamento de cavalos, sem fins lucrativos, que proporciona a colocação a salvo, treinamento e a adoção de mustangs selvagens nos EUA: Starr disse sobre a divulgação desta pesquisa que em sua atividade diária já havia observado cavalos responderem bem aos comandos verbais, tais como “trote,” “marcha” galope, alto, todavia sente que os cavalos identificam e respondem melhor aos treinadores que falam sua linguagem corporal que é a mais familiar e natural para os cavalos.”
Ela sem dúvida, concorda, que os cavalos são leais, inteligentes e têm memórias muito duradouras das boas e más experiências. Starr disse que os “cavalos podem quando muito perdoar, porém nunca se esquecem.”

*imprinting é uma abordagem realizada pelo ser Humano, na primeira hora de vida do potro, quando ele é massageado, “dessensibilizado” em todas as áreas que o Homem irá manipular na vida adulta do animal, ele é acariciado e por fim sopramos levemente em suas narinas para ele guardar o cheiro e associá-lo para sempre a um bom momento que teve logo depois do nascimento.
** José Luiz Jorge é autor do livro Conversando sobre Cavalos, proprietário do Rancho São Miguel e instrutor certificado pelo CHA level 4

Cuidados para “fazer” a boca do Cavalo

* por José Luiz Jorge
(baseado no trabalho de Oscar Scarpatti)

O mestre da “Doma Índia”, o argentino Oscar Scarpatti deu ao mundo do Cavalo uma contribuição importante na formação do Cavalo de sela, trabalho ou esporte. Ele nos fala sobre como e por que “fazer a boca do cavalo” e a musculatura de nuca e pescoço, antes de se iniciar a chamada “doma de cima” ou o trabalho montado.
Na feitura da boca do cavalo temos de ter um cuidado especial, já que é uma das principais aptidões a ser levada em conta quando se analisar um cavalo.
Podemos ter um animal morfologicamente perfeito, de caráter normal e outras qualidades que, mesmo sendo ótimas e importantes, se o cavalo não tiver uma boa boca, e não tivermos facilidade em sua condução, ou se ele não for dócil a um leve toque na rédea, não nos serve para muita coisa. Além do que, pode ser tornar perigoso montar em um animal com esse comportamento.
Um cavalo bom de boca traz umas das qualidades mais destacadas porque é através desses comandos de equitação que conduzimos toda a potência e obtemos o melhor desempenho dele.
A comunicação que se pode obter entre cavalo e cavaleiro depende de uma sintonia fina, entre a nossa mão e boca, o que se dá por meio de sutis sinais transmitidos pelas rédeas. É tão ampla essa gama de sinais que surpreende e demonstra uma tremenda sensibilidade para a qual temos que estar muito conscientes e preparados.
A velha teoria que diz que o Cavalo tem que obedecer pela força e pela dor é infundada e além disso é um absurdo.
Por outro lado, nenhum destes meios brutais, sem consideração e carentes de cuidado dão resultados a médio ou longo prazo. Talvez a curto prazo funcione, enquanto a boca do pobre animal mantém a sensibilidade normal. Porém logo depois de repetidos erros colocados em pratica todos os dias chegaremos à uma dessensibilização pela formação de calos da mucosa bucal e a conseguinte resposta do Cavalo que manifesta um claro incomodo passando a língua sobre o freio e ou colocando-a para fora da boca.
Também se pode ver que alguns cavalos sacodem a cabeça para os lados ou de cima para baixo, mordem ou tratam de tentar morder a embocadura, apertam as mandíbulas com força. Isto traz junto outro sério problema que em geral é atribuído à boca; a rigidez da nuca pela contração da musculatura do pescoço que se inserta na cabeça, que termina agarrotando-se junto com a zona do maxilar inferior.

Colocação do bridão

Logo depois de tomar contato com o potro e em pleno trabalho da dessenbilização, o Horseman pode começar a construir a boca de seu potro. Recordemos que para ele tudo é novidade, desconhecido; que tudo deve ser proporcionado a seu estado e devemos ser cuidadosos não só “no que fazemos” já que é tão importante quanto o “como o fazemos”.
Devemos saber o que buscamos. Isto é o essencial: o que se pretende é ir acostumando nosso cavalo para que aceite que lhe introduzamos na boca uma embocadura com uma cabeçada para sustentá-lo. Primeiro lhes causará incômodo, porém logo a seguir ele terminará por aceitá-lo, sempre e quando não fizermos esse procedimento inicial com muito cuidado e objetividade ao mesmo tempo, podemos cometer erros como causar-lhe dores ou desconforto que não possa suportar.
Lembrem-se que nessa fase, a da passagem da doma de baixo para o trabalho montado, quando ele está saindo do jardim da infância e entrando na escola primnária, cada novidade precisa ser aceita e consolidada antes de se passar adiante. Subimos junto com ele, degrau por degrau da longa escada do aprendizado.
Um incômodo pode ser reduzido ao mínimo, desde que tenhamos cuidado, bom trato e recompensas, como e não deixá-la na boca mais de meia hora, nas primeiras vezes, usando a rédea longa do charreteamento presas ao selote de doma, sem acionar com força, apenas consuzindo-o com leveza, ele não nasce pronto e não vai aprender nada nas primeiras sessões, mas pode sentir dor se errarmos e aí a impressão gravada em sua mente sobre a sensação de trabalhar com embocadura será a pior possível ensejando resistências mais adiante.

Conformação da boca

Fisiologicamente a boca do Cavalo é formada pelo Espaço entre dentes, aquele trecho da mandibula sem dentes, onde exatamente passará a embocadura, a Língua, as Comissuras da boca, onde a embocadura toca sob o efeito da ação das rédeas, o lábio inferior, a Pêra ou parte posterior do lábio inferior, também conhecido como “mento”, o
Pálato (céu da boca) no qual não deveria haver nenhuma ação.

Qual é a função do trabalho da boca? A função é conseguir manejar e conduzir o Cavalo com efetividade.
Na realidade o que chamamos de boca no Cavalo, para fins de equitação, se refere especificamente ao seu maxilar inferior e à comissura dos lábios.

A boca está relacionada com a musculatura dos maxilares, o pescoço e em particular a nuca:
Como se consegue fazer-lhe a boca sem dor nem traumas, sensivelmente?
Sabendo todos os fatores que a comprometem:
Boca
Nuca
Pescoço
Força geral do animal
Equilíbrio, aí compreendido o centro de gravidade, (já que deve aprender a mover-se com outro peso além do seu próprio, basta observar o cavalo, como ele se coloca quando anda solto no campo e como muda a altura da cabeça quando tem um peso sobre a garupa. Essa colocação de cabeça tem a ver com o novo centro de gravidade para ajustar-se a um cavaleiro e também tem implicação na sua visão. Além disso deve ser considerada a Maturidade psíquica na aprendizagem. Por isso não iniciamos cavalos com menos de tres anos.

Quando começar a fazer a boca?

Quando cabresteamos o potro, no primeiro passo da doma, começamos a trabalhar na maioria dos fatores que comprometem la boca.
A sensibilidade na boca deve ser cuidada porque ante a menor dor ou trauma produz uma reação defensiva contraindo todos os músculos comprometidos no maxilar e a nuca obstruindo ou dificultando o manejo.
Um Cavalo dócil e brando de boca se pode por a perder em pouco tempo por cometer o erro de levar sempre as rédeas curtas sem deixar que estire o pescoço.
É importante saber o rol que cumprem as rédeas e a sensibilidade que devemos ter nas mãos.

Pontos de vista:

Se conseguirmos mudar certos conceitos errôneos em que se apóiam alguns dos domadores tradicionais, teremos dado passos determinadamente positivos em relação ao amansamento e docilidade de nossos cavalos.

Vamos descrever brevemente alguns aspectos:
O cavalo está recém encabrestado e por conseguinte está:
-desconfiado,
-cosquento,
-temeroso,
-espantadiço,
-chucro ou outros adjetivos que ouvimos sempre.
Vemos talvez isso, porém não fazemos nenhuma análise da psicologia do potro, porque em geral não nos colocamos no lugar dele, não admitimos o direito dele se proteger de nós e da ameaça que representamos.
Porém do ponto de vista do animal, as coisas são diametralmente opostas.
Se ele pudesse falar no nosso idioma, diria:
“Não entendo o que você quer, porque assim que começo a te ver e a ter você perto, quando está comigo me mantém prisioneiro, me tiraniza’.
Eu tenho medo de você. Tuas atitudes são de ataque’.
‘Teus gestos são angulosos, teus olhos são penetrantes’.
Depois.
‘Me dói a nuca e o pescoço, por quê me amarrou a um tronco’?
‘Me dói a boca, porque me mete um couro duro debaixo da língua, e me tiraniza’, ‘Me aperta com uma cincha e me põe alguma coisa no lombo, me parece que não posso nem respirar”.
E em realidade o que ele está dizendo em sua própria linguagem e nós o compreenderíamos perfeitamente se tivéssemos um mínimo conhecimento de sua linguagem, natureza e comportamento.
A linguagem do cavalo é corporal e ele se comunica com clareza:
– Quando nos aproximamos ele escapa. – “Tenho medo”.
– Retrai os lábios e abaixa as orelhas, arregala os olhos, mostrando a parte branca. – “Se você se aproximar mais um passo, te mordo”.
Nos aproximamos agressivamente e ele vira a sua anca. – “vou te escoicear”.
Pisoteia o chão batendo uma pata depois a outra com força, repetidas vezes – “Estou impaciente”.
O tocamos e ele retrai a pele com rapidez. – Está me fazendo cócegas.
Estira o pescoço e dirige seus olhares para os outros – está tratando de ver sinais de adrenalina.
A lista é numerosa e a poderíamos desenvolver um livro todo sobre linguagem do cavalo. De acordo com Scarpatti, “com cinqüenta anos de convivência e sistemática observação e estudo eu pude determinar com clareza a sua linguagem e isso tem sido permanentemente, a chave mestra para entender sua notável e sensível psicologia.
Um dos erros mais comuns e contraproducentes neste processo inicial é tirar o cavalo na boca. A tirada da boca quando mal se começa a doma do nosso cavalo diríamos que é a primeira coisa que nos preocupa porque está ligado a nosso interesse por dominar o cavalo e nos sentirmos seguros montados nele”. Isso é feito sempre com dor, já vi casos no Sul do Brasil de “tirarem a boca” com corrente fina passando sobre a lingua, ferindo-a gravemente.
Tenho a convicção de que uma das mais importantes virtudes que um cavalo deve ter é sua docilidade para ser manejado e conduzido. E esta ação tem que ser levada a cabo por qualquer pessoa desde uma criança até um cavaleiro experiente.
Nos primeiros momentos o cavalo não está em condições de aprender porque está muito preocupado por tudo o que está se sucedendo, pela diversidade de situações novas, que ao serem tantas e quase simultâneas que não termina por entender nenhuma. Por isso não podemos pensar que a primeira coisa que devemos fazer é acovardar o cavalo tirando-lhe a boca.
Devemos abordar a boca do cavalo como se faz com uma obra de arte. Quem quer fazer esta obra de arte deve ter profundos conhecimentos do que quer atingir e também contar com tempo suficiente para levar a cabo esta delicadíssima tarefa.
Na doma, tudo é ensinamento, porém deve ser proporcionada no tempo de cada animal, pautada e progressivamente. É um erro muito generalizado começar pela boca, fazer a boca do cavalo nas primeiras encilhadas é violento, eu diria, muito violento, e na realidade não podemos pretender ensinar nada a ninguém com violência. Fazer a boca não é um ensinamento já que não lhe demos tempo de compreender que isso é só um dos tantos exercícios que iremos lhe ensinar nos próximos meses de suas vidas.

*José Luiz Jorge é proprietário do Rancho São Miguel
Instrutor nivel 4 do CHA (Certified Horsemanship Association)
autor do livro Conversando sobre Cavalos.

Quantas vezes os Cavalos foram domesticados?

Quantas vezes os cavalos foram domesticados?

Os cavalos têm sido utilizados pelos seres humanos durante os últimos 5 mil anos. Hoje é difícil saber quando e onde os nossos antepassados domesticaram cavalos pela primeira vez.
Um grupo de investigadores suecos descobriu que a domesticação dos cavalos foi iniciada simultaneamente em vários lugares do Mundo de forma independente.
Chegaram a esta conclusão ao analisar DNA de diferentes raças de cavalos domésticos, cavalos selvagens e fosseis de cavalos que viveram há mais de 5000 anos (antes da domesticação).
Até agora, pensava-se que provavelmente os cavalos tivessem sido domesticados pela primeira vez há cerca de 5000 anos onde hoje fica a Ucrânia, Cazaquistão e Mongólia.
Em seguida os cavalos domésticos teriam sido progressivamente exportados para regiões vizinhas, até terem a distribuição dos dias de hoje.
Se esta hipótese estivesse correta, o DNA das diferentes raças modernas seria mais semelhante entre si, do que quando comparado com cavalos selvagens ou fósseis de cavalos antigos. Isto porque corresponderia a uma única “família”. Mais ainda, as diferenças entre as raças atuais de cavalos deveriam convergir para um DNA comum há cerca de 5000 anos.
Com efeito, isto é o que acontece com os porcos: parece que todos os porcos atuais descendem de um pequeno grupo domesticado há cerca de 10.000 anos.
Para surpresa dos cientistas, as diferenças de DNA entre as raças de cavalos atuais são semelhantes às diferenças encontradas entre estes e cavalos selvagens.
São até equivalentes às diferenças entre diversos fósseis de cavalos de uma época anterior à domesticação. Assim, a única conclusão possível é que os cavalos atuais não resultaram de um pequeno grupo domesticado há cerca de 5000 anos. Provavelmente, diferentes núcleos humanos domesticaram cavalos em diferentes regiões.
Isso pode colocar em dúvida a teoria de que os cavalos na América vieram apenas na época dos colonizadores. Na verdade no continente já haviam cavalos nativos há milhares de anos antes.
Os cavalos atuais resultaram destes diferentes núcleos. É fascinante observar como hoje em dia a arqueologia pode se beneficiar de avanços em biologia e como os avanços no conhecimento da genética ajudam a validar ou não teses de arqueólogos.
Você pode saber mais sobre esse tema no livro Psicologia do Cavalo volume 1. De Mauricio Hontang.

Todo bom treinamento começa com mudanças dentro de nós

* Por José Luiz Jorge
As mudanças dentro do nosso Cavalo começam com as nossas mudanças
Nunca podemos ter com nossos cavalos um olhar terno e excessivamente tolerante. Isto porque em seguida descobriremos que nosso cavalo se torna o nosso espelho. Temos de ter um olhar verdadeiramente honesto a respeito de nós próprios. Crescemos no meio ouvindo de tradicionalistas que os cavalos seriam estúpidos ou teimosos. Eles sempre disseram que são difíceis de treinar e de entender o que lhes pedimos.
Às vezes muitos treinadores contemporâneos acabam escorregando e repetindo que eles são médios ou “difíceis” e que podemos ser pegos absorvendo idéias do tipo “que temos que dominar física ou mentalmente nossos cavalos”. Mas nada disso faz sentido. Cavalos não querem ter medo, pedem a oportunidade de poder confiar no ser humano, com quem colaboram há milênios.
Diante da nossa aproximação relincham, abanam a cabeça, mas ao sentirem-se ameaçados pelo cheiro da nossa adrenalina primeiro fogem ou se isso lhe for vetado, murcham as orelhas, escoiceam por invadirmos o seu espaço vital ou por lançarmo-nos em torno deles de modo abrupto. Eles não são teimosos, não são problemáticos e muito menos tem má índole, nem são maldosos.
Como animais de manada os cavalos são criaturas extremamente sociais. Sua sobrevivência como espécie depende muito de seu poder adaptar-se e trabalhar com outros cavalos e ainda outras espécies, como a nossa, por mais dor que lhes causamos ao longo de milhares de anos. E isso está em sua memória genética, “somos uma ameaça”.
E eles fazem-no muito, muito bem. O desenvolvimento de uma relação de trabalho com seu cavalo é muito mais do que apenas usar à moda atual do clique instantâneo e da reposta imediata em bits da informática e da tecnologia a que nos condicionamos a usar. Saber onde colocar suas mãos, decidir quando dar uma sinal com sua perna ou saber se expressar na linguagem corporal, criando uma sintonia fina com ele, no tempo dele, ter a humildade de saber pedir e aliviar a pressão no exato instante em que ele começa a responder. Toda a responsabilidade na construção da confiança é do Cavaleiro.
Isto porque temos as melhores ferramentas e técnicas de conhecimento eficazes, sabendo o quanto são obviamente importantes. Mas, se você quer criar uma mudança no comportamento do seu cavalo, a primeira e mais importante alteração deve ser no seu próprio pensamento. Quando fizer isso, você e seu cavalo desenvolverão uma parceria que realmente funciona, e vão gozar o prazer de uma dança bonita que é satisfatória para ambos.
Desenvolver essa parceria, no entanto, pode ser um verdadeiro desafio
Quando fiz meu primeiro curso de “Horsemanship” e ouvi depois as diretrizes do mestre Eduardo Borba, repetidas depois em uma demonstração que ele fez em nosso Rancho, muita coisa começou a fazer sentido e percebi como se tivesse aprendido a falar um idioma novo e mundial, a linguagem própria do Cavalo.
Às vezes trabalhando através de exercícios com um novo e desconhecido cavalo que me trazem em casa é como estar em um quarto escuro à procura de outro lugar. Você tateia por meio da sala até encontrar uma porta com uma luz sobre ela.
Rapidamente através de um toque no tão procurado interruptor se vê uma sala nova e muito diferente. Esta sala está cheia de luz que permite ver e fazer muitas outras coisas mais, sem precisar “arrebentar os joelhos na quina dos móveis”.
Esse interruptor é um pedaço do exercício que você está fazendo com seu cavalo quando você finalmente vai poder vê-lo de um modo diferente. Você não vai alterar o exercício ou mesmo uma parte dele, mas você vê-lo de um ponto de vista diferente. É como um versículo da Bíblia ou um texto de filosofia. Você lê uma vez e ele significa uma coisa. Em seguida, seis meses ou anos mais tarde, pode significar algo diferente porque você teve uma experiência nova e agora pode ver coisas sob uma nova luz.
Feche este artigo agora, suspenda a leitura e vá lá fora dar uma olhada no seu cavalo. Consulte-o. Lá ele assume um significado. Veja-o comendo ou se esponjando ao sol ou se comunicando com um cavalo amigo. À sua chegada a atenção dele pode ser desviada para algo novo fora do limite, mas quando ele identificar que é você e depois que ele tiver percebido que não se trata de uma ameaça que pode prejudicá-lo, ele volta para o que estava fazendo. Essa é sua natureza, que tem de ser compreendida e respeitada.
Se o vento está soprando e ele está se sentindo numa boa, ele pode saltar um pouco, correr alegre pra cá e para lá, mas essencialmente um cavalo é uma coisa bastante tranqüila para se assistir. Mas, se uma tempestade se aproxima, que leitura você faz de seus sinais? Ele agita a causa, bufa, corre como que em busca de abrigo, roda em torno de si mesmo, abre as narinas, levanta a cabeça como a perceber de que lado vem a chuva.
Uma das primeiras coisas que fazemos nos cursos que ofereço é quebrar o modo automático, instantâneo com que tocamos a vida urbana e num contraponto à correria ativa paramos para assumir um posto de observação, de leitura dos sinais corporais, se necessário durante meio dia. Quando puder compreender o que é o Cavalo, como ele age, o que é importante para ele, quando está em grupo, como a mente dele funciona, pode-se pensar em querer comandá-lo, o que de fato vai ocorrer, se você merecer essa condição de líder aos olhos dele.
Que coisa agradável é o interruptor que estamos procurando. Todos os cavalos querem a mesma coisa que buscamos — Paz. Queremos estar em paz com nossas famílias, para termos um ambiente saudável, para minimizar o estresse. Com seu cavalo se passa o mesmo. Sua presença não pode representar uma perturbação agitada, intempestiva, urgente, irritante. Ele pretende obter junto com você e seus amigos, um espaço para relaxar, ter alguma variedade em sua rotina e poder escolher trabalhar e se divertir com você. A sua responsabilidade é fazer ele se sentir bem e adequado. Algo talvez parecido com educar uma criança e já se sabe que ninguém aprende nada apanhando.
É um conceito que chega a ser inconveniente e radical para as pessoas. Infelizmente, uma grande formação “tradicional” é voltada para “controlar” ou “submeter” o seu cavalo. “- Ele tem que saber quem manda”. Muito mais para satisfazer seu ego para obrigá-lo a fazer coisas que ele não pretende fazer. Você não precisa fazer seu relax terapêutico a cavalo às custas de tirar a Paz dele. Você só precisará mostrar-lhe em que situações de exercício e trabalho ele poderá continuar sentindo-se bem.
O cavalo quer relaxar e apenas seguir a passo para o piquete de trabalho, o redondel ou a pista. Ele quer ser suave e fácil quando ele muda de apoio e troca de mão em meio a um galope, com naturalidade. Ele quer fazer um salto de forma limpa e ele quer ser capaz de controlar e apartar aquela vaca, porque estas coisas podem ser divertidas para ele e para você. Encarar o treinamento e o trabalho desse modo não faz que tenhamos cavalos mais descontraídos e felizes? Cavalos são exatos espelhos de nós próprios. A parte mais difícil do objetivo de alterar o comportamento em nossos cavalos, (você deve estar percebendo onde quero chegar), é que temos de mudar nossos próprios pensamentos e atitudes. Assim vamos ver nossos cavalos de forma diferente.
Quando fizermos isso, eles irão responder diferente, tornando seu trabalho e o deles, muito mais fácil. Com diz Mary Twelve Poonies, não existem Cavalos-Problema, só Cavaleiros-Problema.
* José Luiz Jorge é proprietário do Rancho São Miguel, horseman e instrutor filiado ao CHA e autor do livro Conversando sobre Cavalos

Um novo conceito no trabalho de base ou “ground work”

Como fazer do “ground work”, ou “trabalho de base” uma oportunidade para seu cavalo se divertir enquanto trabalha
* por José Luiz Jorge

Durante muito tempo aqui no Brasil o trabalho de base, aquele que fazemos desmontados, foi subestimado. Depois, foi introduzido pelos que passaram a adotar aquilo que na época se chamou de “Doma racional”, na fase de preparação e iniciação, cabresteamento. Uma vez terminada essa fase e iniciada a doma de cima, pouco se voltava a fazer em termos de trabalho de base.
Com a evolução do conhecimento sobre a natureza dos cavalos, seus padrões de resposta e com a introdução da filosofia de trabalho dos notáveis “horsemens” norte-americanos, aumentou também a nossa percepção da importância do trabalho de base.
A doma racional, que ainda é a mais usada no país, deu boas contribuições à melhoria da qualidade dos cavalos, seja para uso nos esportes ou no lazer e no trabalho. Mas, a filosofia de trabalho que adotamos, o HORSEMANSHIP, estabelece novos marcos nesta relação milenar:
a) o reconhecimento da sua natureza como animal de fuga e de manada, cuja emoção dominante é o medo;
b) ligado a isso, o reconhecimento do seu direito de usar seus instintos de auto- preservação;
c) o estabelecimento de uma relação entre homem e cavalo, do ponto de vista dele;
d) o aumento da nossa sensibilização, a necessidade de aprenderemos a LER o nosso cavalo a cada segundo, de observar os sinais claros que ele emite em sua própria linguagem, a usarmos o que o Borba chama de FEEL- intuição;
e) aprendemos a respeitar o TEMPO de resposta de cada cavalo que é único e diferenciado como eles são. Seja no redondel, seja no trabalho montado o tempo é dele e não nosso, o que nos obriga a trabalhar o esvaziamento de nossa visão caprichosa e autoritária, nos leva à necessidade de merecer liderá-los;
f) a refinar nossa maneira de solicitar ações e respostas, a sermos mais precisos na hora da AÇÃO, reconhecendo que se um cavalo não faz o que lhe foi pedido, isso pode ser também por problemas mais nossos do que dele. Ele pode não ter entendido o que foi pedido, podemos ter adotado uma atitude contraditória, pedindo duas coisas diferentes ao mesmo tempo por erro de postura ou expressão corporal descuidada ou ele não teve tempo de responder.
Nesse cenário de evolução, é claro que o trabalho de base teve sua importância revalorizada.
Nós, no Rancho São Miguel o adotamos diariamente, não apenas no trabalho de iniciação dos potros marchadores que começaram a nascer por aqui. O adotamos dentro de uma escala diária para as éguas de cria, de marcha, e para cavalos de passeio e trilha.
Esse trabalho, aliado ao manejo natural, às rotinas diárias os torna a cada mais compassivos, generosos e cooperadores. O trabalho de base, seja à guia, rédea longa ou em liberdade ajuda desde o aquecimento, nas transições, na associação de comandos de voz aos expressivos comandos do horsemanship no redondel. São repetidos em sessões de 30 a 40 minutos que culminam com a conjunção e acompanhamento.
Mas, com o tempo isso que era simplesmente maravilhoso, como se viu nos livros, acaba ficando enfadonho e rotineiro demais.
Foi então que tive contato com as clínicas de Clinton Anderson e seus programas de treinamento para trilhas.
E fiquei certo de que ele sentia o mesmo e inovou. Criou um chamado “creative ground work” e introduziu com método e segurança uma série de obstáculos divertidos que quebraram o que se tornava o entendiante trabalho de base no redondel.
Entre os ganhos que essa abordagem trazem estão:
1. Melhoria da sintonia fina no trabalho para torná-los mais responsivos, modela a sua atitude e obediência voluntária e desenvolve seus músculos , atleticamente.
2. Termina o tédio e a chateação de rodar para direita e esquerda, a passo, trote e galope. Principalmente os cavalos jovens, naturalmente curiosos passam a gostar das sessões de trabalho de arena que ficaram bem mais interessantes e estimulantes.
3. Reforça sua capacidade de liderança sobre ele, conseqüentemente reforça a confiança dele em você.
4. Fortalece o ele entre ele e você e ele sente que está mais capaz de superar desafios viáveis, com dificuldades crescentes, sem castigo, sem a pressão do trabalho hípico numa fase da vida em que ele precisa consolidar o aprendizado e não se rebelar contra os exercícios. E o melhor de tudo é que com o trabalho de base mais criativo e divertido tanto o horseman quanto o cavalo nem sentem o tempo passar.

Como utilizar o trabalho de base criativo segundo Clinton Anderson

Prepare um percurso avançado para eles fazerem diariamente usando obstáculos naturais, obstáculos que favoreçam situações para o cavalo negociar com você a sua ultrapassagem. Ele tem que investigar, sentir, te seguir e experimentar. São obstáculos que amanhã ou depois, quando ele estiver trabalhando de verdade, ou fazendo um enduro ou uma prova de resistência ou mesmo uma trilha ele poderá encontrar pela frente.
Troncos de diferentes calibres colocados no percursos a distâncias irregulares, tambores deitados, caixas cavadas no solo com ou sem água em pisos não escorregadios, morros artificialmente colocados como os de uma pista de motocross, de curta distância, todos eles colocados dentro ou fora do redondel ou do piquete de trabalho.
Comece sempre conduzindo ele à guia para passar a passo, depois dele poder cheirar, observar, sentir a novidade. Depois e sempre à guia longa, conduza-o no trote, quando então ele já poderá saltar os mesmo ao invés de apenas passar por eles.
Aqui a questão não é para ser confundida com as provas caninas de agility, mas a de construir um espaço de convívio divertido, que introduz o potro no cenário do seu futuro, de um modo leve, como de fato seria se ele tivesse um jardim da infância. Com certeza, em alguns dois ou três anos, você e seu cavalo farão qualquer pista juntos enquanto se divertem e aí os resultados serão duradouros.

* José Luiz Jorge é Horseman e proprietário do Rancho São Miguel e membro do C.H.A. – Certified Horsemanship Association – Autor do Livro Conversando sobre Cavalos.

Algumas chaves para seu Cavalo se manter sempre saudável

Égua de sangue Herdade, mãe aos 21 anos* por José Luiz Jorge

A questão da qualidade de vida e da adoção de um estilo de vida menos sedentário, mais integrado, valorizando a nossa espiritualidade, praticar um hobbie que nos re-programe para sair do estresse e das pressões dos diferentes papéis que exercemos no cotidiano, assim como a busca da nossa evolução profissional e pessoal já tem sido tratada em mídias especializadas.
Isso não se aplica apenas ao ser Humano. O(s) Cavalo(s) que está (ão) sob sua responsabilidade também merecem um manejo que lhes garanta por longos anos, equilibrio fisico e mental e uma vida saudável de acordo com sua Natureza.
A médica veterinária norte americana Karen Hayes sistematizou alguns pontos que acho que devemos observar.
Alguns procedimentos aqui sugeridos valem para cavalos dos 3 aos 25 anos. Isto é, ao longo de toda sua vida útil.
Temos em casa uma égua marchadora registrada no Livro MM-7 (livro de Elite da raça), condição conquistada pelos produtos campeões que gerou ao longo da vida, que está com 22 anos. É a Irai do Itabiju. Ela estava com uma certa claudicação na mão direita, um problema que não estava associado à casco, boleto, tendão, mas ao que parece a um problema muscular mais acima. Fora isso, esbajava vontade e saúde.
Veio para cá para gerar pelo menos um filho e gozar merecidamente de uma aposentadoria justa e alegre.
Outra égua que tive durante uns 7 anos, da raça Mangalarga (paulista), quando eu os criava, era a Cabocla de G, 94 pontos de registro, era das linhas da raiz da raça. Aos 18 esbanjava uma disposição e vontade nas cavalgadas que deixava muito animnal de pista para trás e ninguém dizia ter essa idade.
Entre os criadores de Mangalarga Marchador, éguas das linhas de base da formação da raça tem a tradição de gerar filhos até idades consideradas avançadas por criadores de outras raças.
Os cavalos quando envelhecem podem desenvolver artrites, isso varia de acordo com o uso, o trato, a alimentação que receberam ao longo de sua vida. O uso indiscriminado quando jovens de estimulantes químicos pode se manifestar na vida mais madura. Podem acelerar os processos inflamatórios crônicos e aumentar a dificuldade do organismo de reagir a tratamentos. Isso acontece com atletas humanos também e muitos ídolos tiveram suas carreiras interrompidas por problemas graves em joelhos, tendões.
A medicina veterinária evoluiu para enfrentar essas limitações, há modernos medicamentos que atuam exlcusivamente na área inflamada da articulação, mas em muitos casos o custo de alguns desses medicamentos limita a capacidade de acessarmos essas novidades. Isso também ocorre entre nós.
Então, com consciência de proprietário ou criador responsável, podem ser adotados métodos confirmados cientificamente e que, comprovadamente, irão aumentar a vida saudável e útil dos nossos cavalos. Vamos lá:

1.Rédea curta na luta pela saúde- cuidar de perto dos detalhes, da qualidade do trato oferecido, do tempo de exercício diário, da higiene, do ferrageamento no tempo certo de até 40 dias para casquear, para evitar esforço desnecessário dos tendões
2.Cuidar de oferecer água limpa e fresca à vontade- O ideal é adotar um mecanismo simples nos bebedouros, a instalação de uma bóia pequena, dessas de caixa d’água, sempre que o animal beber entrará água fresca, além de limpar diariamente esses bebedouros. Para melhorar o metabolismo é fundamental oferecer diariamente o sal mineralizado, concentrado adequado ao uso e ao esforço dele, e volumoso fresco, com a quantidade certa de umidade e proteína
3.Pensar em deixar mais tempo fora das baias – Se você é criador isso já deve acontecer porque principalmente no período de um ano e meio depois do desmame, eles correm nos piquetes (potreiros) nos horários de menos sol e após a doma de baixo, fazem exercícios aeróbicos e de musculação diariamente, mas se você é proprietário, mora na cidade grande e vai de vez em quando à cocheira alugada, pense no que pode ser feito para ele passar pelos duas horas do dia solto em algum pasto limpo, ou ser trabalhado e exercitado levemente todos os dias. Além do condicionamento físico, isso melhora demais sua circulação e ajuda a prevenir as artrites na velhice
4.Corte calorias desnecessárias – O cavalo, ao contrário do que alguns pensam não é um pet, é um animal de manada e com características que não se perdem com nossa intervenção. A visão de que cavalo gordo é bonito não procede. O cavalo tem que estar bem nutrido, musculado, bem condicionado, com carne suficiente para tampar as pontas de osso, mas essa carne deve ser músculo e não gordura, não deve estar barrigudo, lento, pesado, que transpira a ponto de espumar ao menor esforço e sim, ágil, interessado, dinâmico.
Ele pode sofrer de doenças decorrentes de alimentação mal balanceada, com mais vitaminas e proteínas do que ele necessita e isso sobrecarrega fígado, rins e outras glândulas. Podem ter inchaço nas bolsas e no boleto, por problemas circulatórios e voc~e está jogando dinheiro fora , junto com o esterco que ele gera porque não apropria os elementos da dieta. Hoje as modernas fábricas preparam diferentes tipos de ração para diferentes graus de utilização.
5.Menos é mais, mas esse mais deve ser o suficiente- Às vezes, você dar menos ração, melhorar a qualidade do volumoso, oferecer uma pasta de alfafa diariamente e cuidar de melhorar o programa de trabalho diário pode render muito mais, em saúde, em beleza e resultados. Siga as recomendações médicas e técnicas de quantidade de concentrado e volumoso de acordo com o peso dele. Não dê mais, nem menos do que o necessário.
6.Faça as verificações regulares de saúde – Se você é criador, ou está pensando em se tornar um, tenha um Veterinário da sua confiança, de preferência especializado em cavalos, não um que se mostre simpático mas que usa seu cavalo para suas apostas pessoais em jogos do tipo certo ou errado na hora do diagnóstico. Procure um que seja indicado por outros criadores, provado nas diferentes situações, ou que, mesmo jovem na profissão ame o que faz e estude muito. Essas consultas regulares podem mostrar aquilo que passou despercebido por Você e pelo tratador. Se você é proprietário e aluga baia, reúna os outros proprietários e pense em contratar um veterinário rachando a conta entre todos para uma consulta bimestral no mínimo, faça os programas de vacina e vermifugação em dia. É mais barato prevenir que curar. Só o ser humano esqueceu isso e por isso sofremos com a medicina curativa dos convênios.
7.Procure ler mais e conhecer melhor o funcionamento do organismo do cavalo
8.Enfim, água à vontade, exercícios regulares e dieta balanceada, cuidados regulares com cascos e ferrageamento e um programa de higiene e prevenção- Essas são as chaves para uma longa vida saudável.

José Luiz Jorge é horseman – proprietário do Rancho São Miguel -membro do CHA – Certified Horsemanship Association -Kentucky -EUA e autor do livro Conversando sobre Cavalos